Por Joyce Clara e Manuela Roque
Na noite do último dia 13, a Escola de dança Elevée subiu ao Palco do Cine Teatro Ópera para apresentar mais uma edição do tradicional Projeto Coreográfico, uma atividade acadêmica em que os alunos e as alunas produzem suas próprias coreografias para apresentar para o público com base nos conhecimentos adquiridos em sala. Desenvolvido no primeiro semestre de aulas, o Projeto Coreográfico tem como propósito estimular a criatividade dos bailarinos, bem como as noções de musicalidade, interpretação e ocupação do espaço cênico.
A apresentação de abertura do Projeto Coreográfico foi realizada pelos bailarinos do grupo de Performance da Escola de dança Elevée, curso que engloba dança, música e atuação para reproduzir musicais icônicos da cultura pop. Foram apresentadas composições dos clássicos do cinema Grease e Mathilda, além do recente sucesso de crítica e público La La Land.
Neste ano, foram apresentadas 52 coreografias autorais dos mais diversos estilos: ballet clássico, contemporâneo, jazz e sapateado. Divididos em solos, duplas ou grupos, os alunos apresentaram coreografias diversificadas, inspiradas em filmes, letras de músicas, lugares, personagens de histórias, fases da vida e sentimentos.
Em sua segunda edição, o Projeto Coreográfico é apresentado pela primeira vez no formato presencial. A primeira edição da mostra, realizada em 10 de julho de 2021, ocorreu no formato de live, em decorrência da pandemia de covid-19 e está disponível para acesso no Youtube da escola. Segundo a coordenação, a gravação da edição de 2022 será publicada nas próximas semanas.
Formatura
A noite de apresentações ainda contou com um momento muito especial: a formatura das bailarinas clássicas Jennifer Ramos e Laura Mezzomo. Com mais de dez anos de estudos no ballet, Jennifer e Laura apresentaram uma versão coreografada pela professora Phayga Gruber do ballet clássico de repertório Lago dos Cisnes. Trajada de Cisne Branco e Cisne Negro, a dupla recebeu após a dança uma longa salva de palmas.
O evento encerrou com uma cerimônia de homenagem com amigos e familiares das formandas. O público pôde acompanhar uma retrospectiva da trajetória de Jennifer e Laura em vídeos preparados pelos professores, além de discursos de colegas e parentes.
Há mais de dez anos como bailarinas, a dupla conta que a cerimônia de formatura representa o fim de um ciclo que ambas levarão com muito carinho em suas trajetórias pessoais e profissionais. “Essa formatura me mostrou que eu sou boa no que eu faço, que eu sou importante, que a arte vibra no meu corpo e na minha alma e isso faz parte de mim. Não como uma parte avulsa, como uma mochila que a gente carrega, mas sim dentro de mim, do meu coração”, conta Jennifer.
Sobre o processo de criação da coreografia, Laura conta que foi um período conturbado devido a uma lesão no ligamento. Após a recuperação, foi necessário realizar ensaios em horários extras, para conciliar a agenda com a colega. “No final, eu só queria subir no palco e estar feliz, feliz comigo mesma e com tudo que trabalhamos para chegar até aqui. Podia não estar perfeito, podia algo dar errado, mas a formatura é um momento único na nossa vida, queria me lembrar com carinho para sempre dela, da forma que fosse”, relata.
As bailarinas também ressaltam a importância da amizade para a realização da coreografia que encerra a formação de ambas no ballet. Para Jennifer, a dança é sobre aproveitar o momento presente e fazer acontecer o que o coração diz. ”Nós somos muito parecidas, sentimos as mesmas coisas, então compartilhar o fim desse ciclo numa modalidade muito difícil para mim como o clássico com uma pessoa que é muito boa no que faz e me inspira muito é uma realização gigantesca”, diz.
A respeito dos próximos passos no ballet, Laura destaca que seguirá na carreira e busca se tornar uma bailarina profissional: “A dança vai estar na minha vida para sempre, entrando numa companhia ou não, porque ela faz parte do que eu sou. Eu acredito que vou conseguir realizar esse sonho, estarei em busca dele a partir de agora”.
Já para Jennifer, o futuro ainda é incerto. “Se meu coração pedir a dança de volta ela sempre vai estar comigo. Mas hoje não vejo esse caminho como único. Ele pode ser um auxiliar, um paralelo. O ballet me fez ser a mulher que eu sou hoje, mas acredito que agora meu caminho será diferente”, finaliza.
Confira a galeria de fotos feita pelas repórteres Joyce Clara e Manuela Roque: