Por Cassio Murilo
Em sua 34ª edição, o Festival Universitário da Canção (FUC) terá início no próximo sábado, dia 11. Caracterizado ao longo dos anos como palco da MPB, o evento tem contado cada vez mais com a presença do rock em seus palcos.
Desde a vitória da banda A Coisa com “Ode ao Ade” em 2013, mesmo que ainda não seja maioria, o rock tem conquistado espaço entre as canções classificadas a se apresentar e, consequentemente, motiva que outros grupos do gênero estejam presentes do evento. É o caso, neste ano, da banda Krafka, que participa do festival pela primeira vez.
Matheus Vaz, vocalista e fundador da banda, diz estar lisonjeado por ter sido selecionado para o evento que não tem foco no estilo da Krafka. “Tudo o que puder ser conquistado de espaço, seja também pro funk, pro trap ou pro hip hop, é válido”, avalia. Vaz caracteriza o festival como erudito e, por ser universitário, questiona como este perfil afeta a imagem do FUC. “As pessoas que conheço que já venceram o FUC são o pessoal de violonistas clássicos e mais eruditos. A Solana ter participado e vencido em 2018 já foi uma revolução”, avalia.
Marlon Jamelão, baixista da Krafka, reforça a surpresa pela classificação. “Por não haver um apelo grande para o rock e mais para bossa e jazz, só de estarmos num espaço como esse já é muito importante”, afirma. Sobre o estilo, Jamelão acredita que o rock esteja reconquistando espaços onde ele já esteve inserido.
“Marginalizado”
“O rock ainda tem esse poder de contestação para a juventude, assim como o rap”. O baixista crê no poder do estilo para recuperar a força dos áureos anos. Para Jamelão, o rock em Ponta Grossa ainda é muito restrito a shows de bares e, ao estar no FUC, contribui para levar o viés questionador que nem sempre está presente em outros estilos musicais. “Retrocesso na cultura nunca é benéfico. Deve progredir, abrir espaços e trazer outros estilos também, como os da periferia que estão em alta. É hora de ir além do regionalismo e demais estilos que por anos predominaram no festival”, conclui.Formada por Matheus Vaz (vocais e guitarra), Lucas Maciel (guitarras), Marlon Jamelão (baixo) e Gustavo Vaz (bateria), a Krafka apresentará a música “Longe” na noite do festival.