Por Amanda Gongra
O Projeto Fissura inaugurou uma nova temporada no último sábado (21), com exibição do filme nacional Aquarius (2016). O projeto de extensão é promovido e organizado pelo curso de Filosofia da Faculdade Sant’ana e consiste na realização de encontros mensais, no Cine Teatro Ópera, para exibição e debate de filmes escolhidos pela organização.
“O projeto visa propor o diálogo entre a Filosofia e o Cinema e ainda promover exibições de filmes diferentes daqueles que integram o circuito comercial, assim as pessoas têm uma opção cultural viável e podem conhecer obras que muitas vezes não teriam a oportunidade, ainda mais em uma tela de cinema”, diz Alfredo Döll, acadêmico do 3º período de licenciatura em Filosofia e integrante do projeto.
Além disso, a organização afirma que o cinema tem uma potência diferente das outras mídias justamente por colocar as pessoas diretamente em contato com os discursos sociais e culturais, assim não é necessário um conhecimento específico prévio para que todos sejam capazes de pensar e se posicionar sobre os temas abordados pelas obras.
O filme Aquarius, exibido na última sessão, é uma produção nacional do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho que relata a história de Clara (interpretada por Sônia Braga), uma jornalista aposentada que é a todo o momento importunada pela Construtora Bonfim, a fim de que venda seu apartamento, para que se realize a construção de um prédio luxuoso. Apesar de sinopse simples, a película mexe com as emoções do espectador a todo instante, seja em momentos como a superação do câncer de mama da personagem principal, ou em detalhes como o modo como sua relação com os filhos é tratada. Desde a escolha de enquadramento até a escolha de cores da cena fazem com que a emoção humana se sobressaia, tema principal do debate entre o público após a exibição.
“O filme transmite o pensamento do Fissura, reflete e discute diversos assuntos sem deixar de ser uma obra de arte, potencializado ainda mais pelo contexto em que vivemos e que o filme traz a tona”, afirma Döll.
O público teve opinião positiva tanto sobre o filme exibido quanto sobre o projeto. O espectador Gabriel de Queiroz Cordeiro diz que a experiência de participar do projeto foi interessante, quase como ir a um cinema de beco, sem filmes convencionais. “Qualquer discussão saudável auxilia a desenvolver e formar opiniões”, observa, referindo-se a assuntos que envolvem questões sociais.
Além de cartazes distribuídos pela cidade, a divulgação é feita principalmente pela página do facebook: . A organização do Fissura afirma que as escolhas dos filmes são feitas a partir do valor cultural das películas, tentando buscar a maior variedade possível.
A próxima sessão está programada para o dia 5 de maio, às 16h, na sala B do Cine Teatro Ópera, com exibição do filme Faça a Coisa Certa (1989), do diretor norte-americano Spike Lee. Todas as sessões garantem certificados de 3h para acadêmicos participantes.