Por Eduarda Leal
Foto: João PimentelO Museu Campos Gerais, em parceria com o curso de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, idealizou o projeto Rota Preta PG, que integra a população ao passar por espaços culturais onde houve manifestações da cultura preta em Ponta Grossa. Alguns elementos da rota são o Clube 13 de Maio, escolas de samba, a praça da catedral, o Clube Verde, terreiros e a ferrovia que corta a cidade.
O Clube 13 de Maio é considerado um ponto chave no trajeto. Criado em 1890 com objetivo de letramento, é um clube social negro, que auxiliava na formação dos associados. “O clube é um espaço de resistência da população negra. É um espaço racialmente demarcado, que responde à exclusão dos indivíduos pretos e pardos recém libertos”, explica a professora e doutora em História Merylin Ricieli dos Santos, responsável pela execução do projeto.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), patrimônio cultural é composto por monumentos, conjuntos de construções e sítios arqueológicos, de fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas. Em Ponta Grossa, diversos espaços são tombados, mas nem sempre toda a população é integrada.
“Quando falamos em patrimônio, as pessoas pensam naquele estereótipo de conservação de casas europeias. Existe uma resistência muito grande da população de superar essa visão sobre patrimônio”, diz a arquiteta e urbanista, especialista em patrimônio histórico, Giovana Paganini. Ela ressalta que falta educação patrimonial para a população, para que seja possível reconhecer patrimônios e desconstruir a visão atrelada a monumentos e casas. Os trajetos da Rota Preta PG são realizados de forma esporádica e as inscrições podem ser realizadas através das redes sociais do Museu Campos Gerais.