Por Ingrid Muller, Lucas Jolondek e Yasmin Aguilera
Nos dias 3 e 4 de outubro, o palco do Teatro Marista se transformou no mundo de Oz para receber o primeiro espetáculo da Galla Escola de Dança: “Wicked, A história não contada das bruxas de Oz”. Dividido em Prólogo, Primeiro e Segundo Ato, o espetáculo encantou o público ao recontar, por meio da dança, a origem das icônicas bruxas Elphaba e Glinda, antes mesmo de Dorothy e do famoso caminho de tijolos amarelos.
Dirigido por Carla Adriane de Souza, graduada em Educação Física pela UEPG, e Mariana Pallú, certificada internacionalmente pelo American Ballet Theatre, o espetáculo é o resultado de meses de preparação, planejamento e dedicação. “Escolhemos estrear o primeiro espetáculo da Galla com Wicked por ser uma história muito linda sobre amizade e amor, além de tratar de vários assuntos sensíveis de forma leve e divertida”, conta Mariana Pallú.
A Galla, inaugurada em janeiro deste ano, nasceu com o propósito de unir técnica, arte e emoção em produções que ultrapassam a dança clássica. Segundo Mariana, a escolha da obra também teve como objetivo criar uma conexão imediata com o público: “Queríamos algo que o público conseguisse entender a mensagem através da nossa dança”.
O enredo levou os espectadores a uma jornada que mistura fantasia e crítica social. Em Oz, duas jovens de personalidades opostas, Elphaba, de pele verde, justa e corajosa, e Glinda, bela e popular, se conhecem na Universidade de Shiz e criam uma amizade improvável. Quando os Animais de Oz começam a ser perseguidos, as duas partem em busca de respostas na Cidade das Esmeraldas, onde uma revelação muda tudo, borrando a linha entre o bem e o mal.
Para dar vida à intensa Elphaba, Maria Eduarda da Silva mergulhou fundo na personagem. “Faço ballet desde os meus 3 anos e a sensação de ver a plateia é sempre a mesma. É uma sensação que deu tudo certo, todos os meus esforços e dores valem a pena quando a gente chega no palco”, afirma. A bailarina destaca ainda o desafio de representar uma figura marcada pela diferença: “Tive que entender o quanto a questão racial era um tópico importante para dar vida à personagem, mostrar o que existe além das aparências”.
Talita Oliveira Machado, que interpreta Glinda, relembra a rotina intensa de ensaios que antecedeu a estreia. “Foi muito difícil conciliar a escola com a dança, tinha dias que treinávamos das 15h até as 22h, mas no final todo esse esforço valeu a pena, por estar aqui”, conta.
As bailarinas se preparam durante quatro meses para o espetáculo, que começou a ser planejado ainda em janeiro de 2025. O resultado dessa dedicação foi um espetáculo visualmente marcante, que combina figurinos coloridos, coreografias expressivas e uma trilha igual ao filme, que transporta o público diretamente para Oz.
Com “Wicked”, a Galla Escola de Dança não apenas apresenta seu primeiro espetáculo, mas também consolida sua chegada à cena artística ponta-grossense com uma produção que une emoção, técnica e uma mensagem poderosa. Nem tudo é o que parece, e a verdadeira magia está em enxergar além das aparências.
Confira a galeria de fotos dos repórteres Yasmin Aguilera e Lucas Jolondek: