Meretrizes é um espetáculo que utiliza do teatro para contar histórias reais sobre a vida de profissionais do sexo. A peça documental traz entrevistas de mulheres, a maioria da década de 1980, que têm suas vidas cercadas pelo preconceito e a discriminação.
A ideia vem da urgência de trazer o debate para a cena. A apresentação do Coletivo Gompa, de Porto Alegre (RS), aconteceu nesta sexta-feira (08), às 20 horas, no Cine Teatro Ópera.
Com a atuação de Liane Venturella, atriz há 40 anos, e o piano ao vivo de Catarina Domenici, o espetáculo revela a presença das profissionais em cena. Com roupas decotadas e chamativas, a peça encena relatos documentados de prostitutas que foram entrevistadas para a obra. O espetáculo transmite ao público o interesse em entender a realidade por trás do preconceito enraizado na sociedade.
Regiane Bobato, psicóloga, descobriu a peça pelas notícias de jornais e considera mágica a experiência com o teatro. “Trazer a peça à cidade é um ato de coragem gigantesco; vivenciar Meretrizes é algo que todo mundo deveria ver para desconstruir os tabus da sociedade”, observa Regiane.
Paula Assunção, uma das profissionais do sexo que faz participação especial na peça, destaca que se sente bem em participar do projeto. “Estar no palco com um microfone na mão e com as pessoas ouvindo é muito bom, normalmente não temos esse espaço”, ressalta.
A diretora do espetáculo, Camila Bauer, destaca os preconceitos apresentados na obra. “Meretrizes é uma peça que sofre muito preconceito por conta da temática. A sociedade deve entender que não é só um corpo, um objeto, é um trabalho, é a escolha da mulher”, reforça Camila.
O espetáculo faz parte da programação do 52° Festival Nacional de Teatro (Fenata). A obra documental teve duração de 50 minutos e debate com os artistas ao final.
Os ingressos custavam até R$20 (inteira), com classificação indicativa a partir de 16 anos. A apresentação aconteceu no palco A do Cine-Teatro Ópera.