Por Amanda Stafin
O Bando da Leitura comemorou na semana passada o início da primavera em um encontro que mistura música, teatro, brincadeiras e muita criatividade no bairro de Oficinas, em Ponta Grossa. A Festa da Primavera envolve jovens e adultos no resgate de histórias que constroem a cidade.
A atividade iniciou com um desfile de sacolas plásticas confeccionadas pelas crianças. Até os adultos entraram na brincadeira e desfilaram usando coletes, chapéus e bolsas feitas com sacolas. Após o desfile, Alisson Louzada, músico, poeta e aluno da UATI da UEPG, recitou o poema “Meu pai é tropeiro”, de própria autoria, que faz homenagem aos duzentos anos de Ponta Grossa. “Escrevi o poema deitado na cama, e quando eu parei para ler percebi que os versos têm referências do meu pai”, diz o poeta. Alisson também apresentou uma música de sua autoria, levando às crianças e famílias a pensar sobre o que elas mais gostam na cidade de Ponta Grossa. Alisson ressalta: “O conhecimento que a gente adquire é para repassar para as futuras gerações, é isso que importa”.
A Festa da Primavera também abriu espaço para o grupo Flogisto, uma companhia teatral que trabalha com peças de didática científica. Por meio do projeto selecionado pelo edital 011/2023 dos 200 anos de Ponta Grossa, o Bando da Leitura foi contemplado com a apresentação da peça “Arara, Gralha e Pinhão, até quando existirão?”. Viviane Aparecida Oliveira da Silva, que atua no grupo, explica que apresentar a peça para crianças e adultos é passar mensagens de forma simples e lúdica de modo que as pessoas se identifiquem. “Uma maneira de contar a história e mobilizar as pessoas para a mensagem que o teatro passa”, observa Viviane.
O Bando da Leitura é uma ação voluntária de contação de histórias reconhecida pelo Ministério da Cultura como Ponto de Leitura. O movimento acontece desde 2007 por iniciativa da produtora cultural Lucélia Clarindo e de algumas crianças. Daniela Maciel, professora e integrante do Bando Mulheres, ressalta a importância das rodas de leitura. “É muito diferente fazer a leitura sozinho e quando se está em grupo porque agrega o sentimento do outro. É fantástico estar reunido para fazer a leitura”.
Em datas especiais, como a Festa da Primavera, o Bando da Leitura, junto com o Bando Mulheres e o Bando Saudade, fazem a integração entre os grupos para realizar as tardes culturais com boas conversas e, ao final, lanche partilhado.
Neste ano, o Bando da Leitura completa 16 anos. Lucélia Clarindo ressalta: “É importante para as crianças ter contato com a literatura, arte e cultura, mas nem sempre os pais têm condições de levar os filhos para assistir a uma peça de teatro, quando as crianças vêm para o Bando, se encantam com a atmosfera”, relata a produtora cultural.