Por Evelyn Paes
Nesta sexta-feira (05) ocorreu a roda de conversa virtual sobre a violência contra a comunidade LGBT+. No debate, foram abordados assuntos em torno da violência psicológica, familiar, física e social contra a comunidade LGBT+ e outras dificuldades enfrentadas. Também foi divulgado o evento virtual “Parada em Casa”, que será realizado pelo grupo Parada LGBT dos Campos Gerais.
A iniciativa do grupo é uma forma de representar a luta da comunidade, no período da pandemia. A roda de conversa, que integra a programação do ciclo de atividades remotas do curso de Jornalismo da UEPG, foi mediada pelo professor do curso de Jornalismo, Vinícius Biazotti, e contou com a participação do organizador do grupo Parada LGBT dos Campos Gerais, Erick Teixeira, da doutoranda em Geografia, Dryka Gelinski, e do pós-doutorando em Jornalismo, Muriel Amaral.
Muriel Amaral destacou o tema da violência manifestada como uma forma de limitar a diversidade dos corpos, na distinção de quem pode participar do espaço público e quem não pode. Esse tipo de violência é encontrado quando se valoriza certos “padrões” e se promove preconceitos. Como uma forma de repensar essas atitudes, Muriel destaca a importância de pensar na relação entre espaço público e privado. “Será que as minhas atitudes promovem o acolhimento público? Promovem a diversidade? A pluralidade? Será que eu estou fazendo distinções de quem vive comigo?”, questiona.
Dryka Gelinski apresentou dados sobre as mortes violentas contra LGBT+ no Brasil. Ela conta que em 2019 ocorreram 329 mortes e que 297 delas foram homicídios. Além disso, um terço dessas mortes aconteceram em casa, relata Dryca.
Durante a discussão foi divulgado o evento “Parada em Casa”. O festival é organizado pelo grupo Parada LGBT dos Campos Gerais. Serão mais de 15 apresentações de diversos artistas, distribuídos entre o dia 7 e 14 de junho. O primeiro dia do evento acontece neste domingo (07), às 15h da tarde. A proposta da “Parada em Casa” é visibilizar a causa LGBT+ no contexto da pandemia do novo coronavírus.
“A gente quis fazer algo que demonstrasse um pouco da parada, dentro das casas, que é onde a gente está podendo trazer a cultura”, diz Erick Teixeira, organizador do grupo Parada LGBT dos Campos Gerais. Erick destaca a importância de se divulgar o evento, pois também é uma forma de resistência sobre o preconceito sofrido pela comunidade LGBT+ na cidade.
A roda de conversa virtual sobre a violência contra a comunidade LGBT+ aconteceu por meio de uma live na página do Facebook do projeto Elos – Direitos Humanos, Jornalismo e Formação Cidadã. A transmissão gravada está disponível na plataforma.