O cineclube “Foca na Tela”, organizado pelo projeto Cultura Plural, do curso de Jornalismo da UEPG, chega à sua quinta edição no mês de setembro. Criado em 2018, a proposta é debater filmes que retratem o jornalismo e outras questões sociais. No mês de setembro o cineclube retoma as suas atividades com o filme “Cara gente branca” que aborda questões de racismo e gênero. O encontro acontece na noite desta quarta-feira (25) no auditório Brasil Pinheiro Machado, no Museu Campos Gerais.
A cada encontro o filme é exibido e logo após acontece a discussão. Já foram discutidos clássicos como “O Diabo veste Prada” e “Spotlight: segredos revelados” – vencedor do Oscar de melhor filme de 2016. O debate é mediado pela equipe e também por um jornalista convidado. Nesta edição a conversa será com o jornalista Nilson de Paula. Formado pela UEPG, Nilson cursa mestrado em Ciências Sociais Aplicadas e trabalha com as temáticas raciais no jornalismo.
Para a coordenadora do Cultura Plural, professora Karina Janz Woitowicz, discutir cinema e jornalismo constitui um espaço complementar de formação e debate. “O evento não é fechado ao jornalismo, é aberto ao público, mas serve acima de tudo para refletir sobre questões que interessam ao jornalismo por meio da produção cinematográfica”, afirma.
A edição de setembro do “Foca na Tela” compõe a programação da 13° Semana dos Museus. Além de acompanhar a exibição do filme e o debate, a comunidade acadêmica recebe certificado de três horas complementares. O evento é gratuito e inicia às 18h no Museu Campos Gerais.
Sobre o filme
“Cara Gente Branca” é o primeiro longa-metragem da carreira de Justin Simien e recebeu o prêmio especial do júri no Festival de Cinema de Sundance de 2014, na categoria “Talento Revelação em Drama”. O filme deu início à série homônima da Netflix, que em agosto lançou sua terceira temporada. O longa é protagonizado por quatro negros e satiriza as relações raciais entre estudantes negros e brancos da Universidade Winchester.
Uma das protagonistas, Samantha “Sam” White – interpretada por Tessa Thompson de “Thor: Ragnarok” – tem um programa de rádio cujo nome dá título ao filme. Nele, ela ironiza e provoca os estudantes brancos, muitas vezes causando conflitos por conta de suas provocações. Outro protagonista, Lionel Higgins – interpretado por Tyler James Williams da série “Todo Mundo Odeia o Chris – começa a trabalhar para a revista de sátira da Universidade, composta por uma irmandade de homens brancos.
Um dos momentos cruciais é a festa na qual estudantes brancos praticam blackface, causando uma discussão no campus sobre a marginalização da cultura negra, já que as fantasias usadas são de traficantes, associando a população negra à criminalidade. Durante a festa, o personagem de Lionel sofre ofensas homofóbicas dos integrantes da revista em que escreve. Foram os mesmos integrantes que também promoveram a festa para satirizar pessoas negras.