Por Nicolas Rutts e Jéssica Gradin
Das 18 apresentações previstas na programação do segundo dia do 29º Festival Universitário da Canção (FUC), 17 foram realizadas e oito estados brasileiros estiveram representados. A etapa nacional selecionou nove músicas (Boi Canário, Blues e Baião, Contramão, Lamento Em Mi Maior, Folha em Branco, Frevoltando, Amorável, Rodas e Fabergé Gorado) para a final. A premiação do festival, com as músicas selecionadas nas etapas nacional e regional, ocorre hoje, às 20h, no auditório A do Cine Teatro Ópera, com show de encerramento de Simone Mazzer.
No segundo dia do evento, o público foi menor do que na etapa regional, mas as apresentações garantiram maior diversidade musical e de estilo. Segundo o intérprete de Bate Tambor, Cardo Peixoto, as apresentações da noite representam o melhor da música brasileira. Ele já conhecia o festival e participou do Festival Nacional de Teatro (Fenata) alguns anos atrás.
Luiz Antonio de Oliveira também participou da apresentação de abertura e conta que todos estavam ansiosos. Mesmo sendo da cidade ele diz sentir-se acolhido pelo público, assim como os colegas de fora. “Foi gostoso sentir a recepção do pessoal”, ressalta. O professor ainda fala sobre a forma de expressão no palco. “A arte em si é uma forma de você se posicionar e no meu caso eu estava defendendo minha expressão de gênero, além de defender a questão de etnia com sinais que remetiam ao movimento negro”.
De acordo com o professor de inglês Patrick Kozelinski, espera-se do FUC um evento diferente do Sexta às Seis. “O Sexta Às Seis é um pouco padronizado e aqui eu espero ouvir músicas diferentes, de outros tipos”, observa. Já a dentista Bruna Hilgemberg, que participa pela segunda vez do Festival, afirma que neste ano o evento está mais forte.
Apesar do público pequeno, quem se apresentou pode contar com a interatividade da plateia. As musicistas Andria Rodrigues e Fernanda Haracemiv, presentes no festival, destacam a diversidade cultural, como cultura negra e nordestina, a qualidade dos cantores e as interpretações irreverentes, como uso de diferentes instrumentos musicais e uso de dois microfones para criar efeitos sonoros.
Elas ressaltam também algumas falhas técnicas como mal contato e ruídos. “Ontem teve instrumentos que não davam para ouvir e hoje novamente, mesmo tendo a passagem de som”, analisa Andria. Já Fernanda reforça dizendo que alguns backing vocals ficaram inaudíveis por conta disso e acabaram sendo prejudicados nas apresentações.
Após os 17 competidores se apresentarem, os jurados se reuniram para discutir analisar o resultado e selecionar as melhores músicas. Sobre as canções, o estudante de Artes Visuais William Nunes observa a relevância de trazer diferentes regionalismos, composições e arranjos para o palco. “A cultura apresentada foi o mais interessante”, relata William.
Outro integrante da plateia, André Lemes, fala sobre a importância e a qualidade do evento, mas critica a falta de participação de acadêmicos. “Uma vez que o evento é voltado para acadêmicos, esperava uma maior presença deste público”.
O 29º Festival Universitário da Canção encerra neste sábado (25), às 20h, com o show da cantora Simone Mazzer e com a grande final. Os ingressos podem ser adquiridos pelo valor de 10 reais para o público universitário, 15 reais meia entrada e 30 reais inteira.