Por Bruna Fernandes
Há quem odeie finais de ano. Há quem ame e há quem não sinta nada. Já sobre janeiros o consenso é quase que totalitário: é tempo de recomeço. Deve existir alguma força no universo, provinda de divindades, do cosmo, sabe-se lá de onde, que faz com que todos depositem expectativas em um ano que está só começando. Não importa o quão descrente seja. Janeiro é amuleto da sorte de todo mundo que tem pelo menos um pouquinho de esperança no coração. Talvez seja efeito das férias, aqueles dias capazes de revigorar e trazer de volta à vida o mais cansado dos homens. Talvez seja culpa dos dias quentes de sol escaldante, ou dos sorvetes que derretem tão rápido quanto o coração de gente apaixonada. Não importa o quão ruim tenha sido o ano que acabou, em janeiro a esperança parece vir junto com a água do mar, banheira regada a sal, onde o mundo inteiro se banha. E recomeça, com pouco dinheiro e muitos planos. E acredita, embora com o coração cheio de frustrações deixadas por anos que se passaram, que muito prometeram e pouco cumpriram. E sonha, com semblante de criança quando ganha doce. E promete, de pé junto, dedinho cruzado e coração aberto que vai realizar todos os planos que fez. E se não conseguir não tem problema, ano que vem tem janeiro de novo…