O quinto dia do 43º Festival Nacional de Teatro (Fenata) trouxe para o Cine-Teatro Ópera o espetáculo “O Feio”, produzido pelo grupo Ato Cia Cênica, de Porto Alegre (RS). A peça integra a mostra adulta do festival e compete com as demais apresentações da mesma categoria.
A peça teatral aborda a história de Lette, que para obter sucesso profissional fez uma cirurgia plástica, pois por ser considerado feio não conseguia progredir no trabalho. Ao fazer a cirurgia, a vida de Lette muda. Ele começa a obter sucesso tanto com as mulheres, quanto profissionalmente, mas com o andamento da peça, alguns acontecimentos fazem o rapaz se questionar sobre sua própria identidade.
O ator Rossendo Rodrigues, de Porto Alegre, que interpreta Lette, diz que a ideia de criar o espetáculo surgiu no meio acadêmico, no Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O ator também relata a motivação para encenar a peça: “a história da peça é bem contemporânea, ela traz reflexões pertinentes na atualidade. Acho importante transmitir às pessoas”. Rossendo explica a ligação do tema da apresentação teatral com a realidade contemporânea: “Hoje você pode ser o que o mercado está procurando, porém, daqui a pouco já não é mais. Tentamos manter um de nossos focos nessa questão da sociedade de consumo”.
“O Feio” arrancou muitos aplausos do público e elogios de críticos teatrais, com a peça que, apesar de ser uma comédia, apresenta reflexões sobre o culto à beleza e o quanto a busca por uma boa aparência física pode levar a uma perda de identidade. Trazendo ao palco quatro atores, com três deles na caracterização de mais de um personagem, o espetáculo faz uma combinação de música, coreografia, poses e vídeos que complementam o desenrolar das cenas. O crítico teatral, Hélcio Kovaleski, elogia a complexidade da peça: “além de ter uma linguagem atual, a forma e o conteúdo se completam de forma muito próxima da perfeição”.
A estudante de teatro Caroline Rodrigues, ponta-grossense de 20 anos, diz que a peça traz muitos aprendizados: “A peça mistura comédia com questões reflexivas, e eu achei muito interessante. Eles souberam trabalhar bem com essa mistura, e como estudante de teatro, a peça me proporcionou muitas descobertas”.
O texto do teatro “O Feio” foi feito pelo alemão Marius Von Mayenburg em 2007, e introduzido em 2011 pelos estudantes de Arte Dramática da UFRGS. Em 2012, ocorreu a estreia da peça que, no mesmo ano, conquistou dois Prêmios Açorianos na categoria de Melhor Espetáculo pelo Júri Oficial e Melhor Ator Coadjuvante. Recebeu Troféu RBS Cultura de Melhor Espetáculo pelo Júri Popular e Prêmio de Teatro Myriam Muniz em 2013. O espetáculo é destaque nos teatros do Rio Grande do Sul.
Além da mostra Adulta, o quinto dia do Fenata contou com mais quatro apresentações: “Que bicho é esse?” direcionada ao público infantil; o teatro de bonecos “Alevanta Boi”, de um grupo de Santa Catarina; o teatro de rua “Tekoha Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno”; e o último espetáculo da noite: “Dona Bilica – Naquele Tempo”, como amostra da categoria Às Dez em Cena.
Foto: Rodrigo Menegat
Por Andressa Zaffalon
O quinto dia do 43º Festival Nacional de Teatro (Fenata) trouxe para o Cine-Teatro Ópera o espetáculo “O Feio”, produzido pelo grupo Ato Cia Cênica, de Porto Alegre (RS). A peça integra a mostra adulta do festival e compete com as demais apresentações da mesma categoria.
A peça teatral aborda a história de Lette, que para obter sucesso profissional fez uma cirurgia plástica, pois por ser considerado feio não conseguia progredir no trabalho. Ao fazer a cirurgia, a vida de Lette muda. Ele começa a obter sucesso tanto com as mulheres, quanto profissionalmente, mas com o andamento da peça, alguns acontecimentos fazem o rapaz se questionar sobre sua própria identidade.
O ator Rossendo Rodrigues, de Porto Alegre, que interpreta Lette, diz que a ideia de criar o espetáculo surgiu no meio acadêmico, no Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O ator também relata a motivação para encenar a peça: “a história da peça é bem contemporânea, ela traz reflexões pertinentes na atualidade. Acho importante transmitir às pessoas”. Rossendo explica a ligação do tema da apresentação teatral com a realidade contemporânea: “Hoje você pode ser o que o mercado está procurando, porém, daqui a pouco já não é mais. Tentamos manter um de nossos focos nessa questão da sociedade de consumo”.
“O Feio” arrancou muitos aplausos do público e elogios de críticos teatrais, com a peça que, apesar de ser uma comédia, apresenta reflexões sobre o culto à beleza e o quanto a busca por uma boa aparência física pode levar a uma perda de identidade. Trazendo ao palco quatro atores, com três deles na caracterização de mais de um personagem, o espetáculo faz uma combinação de música, coreografia, poses e vídeos que complementam o desenrolar das cenas. O crítico teatral, Hélcio Kovaleski, elogia a complexidade da peça: “além de ter uma linguagem atual, a forma e o conteúdo se completam de forma muito próxima da perfeição”.
A estudante de teatro Caroline Rodrigues, ponta-grossense de 20 anos, diz que a peça traz muitos aprendizados: “A peça mistura comédia com questões reflexivas, e eu achei muito interessante. Eles souberam trabalhar bem com essa mistura, e como estudante de teatro, a peça me proporcionou muitas descobertas”.
O texto do teatro “O Feio” foi feito pelo alemão Marius Von Mayenburg em 2007, e introduzido em 2011 pelos estudantes de Arte Dramática da UFRGS. Em 2012, ocorreu a estreia da peça que, no mesmo ano, conquistou dois Prêmios Açorianos na categoria de Melhor Espetáculo pelo Júri Oficial e Melhor Ator Coadjuvante. Recebeu Troféu RBS Cultura de Melhor Espetáculo pelo Júri Popular e Prêmio de Teatro Myriam Muniz em 2013. O espetáculo é destaque nos teatros do Rio Grande do Sul.
Além da mostra Adulta, o quinto dia do Fenata contou com mais quatro apresentações: “Que bicho é esse?” direcionada ao público infantil; o teatro de bonecos “Alevanta Boi”, de um grupo de Santa Catarina; o teatro de rua “Tekoha Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno”; e o último espetáculo da noite: “Dona Bilica – Naquele Tempo”, como amostra da categoria Às Dez em Cena.
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Estudante do 4° ano de Jornalismo da UEPG. Participo do Cultura Plural desde 2015. Aluno bolsista do projeto desde 2016. Gosto de fotografia e de jornalismo cultural. Tenho 22 anos. Atualmente integro o Conselho Municipal de Política Cultural na cadeira de 'Artes Populares'.