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Vida e obra de Jean Genet no palco do Ópera
Grupo Os Ciclomáticos do Rio de Janeiro volta ao Fenata. Em 2007, grupo levou oito prêmios no festival
A peça é uma releitura da obra do escritor e poeta francês Jean Genet.
Foto: DivulgaçãoPor Cássia Aguiar
O segundo dia (08) do Festival Nacional de Teatro (Fenata) trouxe para o palco do Cine-Teatro Ópera o grupo Os Ciclomáticos (RJ), interpretando a peça ‘Genet – Os Anjos devem morrer’, de autoria e direção de Ribamar Ribeiro. A peça integra a Mostra Adulto competitiva.
Encenando o universo de Jean Genet, a peça mistura sua vida e obra, na perspectiva do diretor, Ribamar Ribeiro. O cenário é um cabaré-teatro decadente. Os personagens, anjos que devem morrer. Todos querem ser a Madame do cabaré. Ela não tem idade, sexo e cor. Madame (dona do cabaré), Divina (a travesti), Mignon (o michê), Mimosa III (a criada), Nossa Senhora das Flores (o andrógino) e Genet (o autor) são os integrantes da peça.
O grupo iniciou sua participação no festival em 2007 com a peça ‘Sobre mentiras e segredos’, que ganhou oito prêmios: melhor autor nacional, Ribamar Ribeiro; melhor figurinista, André Vital; melhor iluminador, Mauro Carvalho; melhor cenógrafo, Cachalotte Mattos; melhor sonoplastia, Fernando Alves e Ribamar Ribeiro; melhor maquiagem, André Vital; melhor diretor, Ribamar Ribeiro; e de Melhor Espetáculo.
O diretor e dramaturgo Ribamar Ribeiro conta que a peça nasceu pelo fascínio pela obra e vida de Jean Genet e a contemporaneidade que a mesma possui. “Eu já tinha visto muita coisa do Jean Genet, muito sombria, muito densa. Eu vi que ele tinha um humor muito cítrico, cínico e um deboche. E eu comecei a fazer uma pesquisa sobre esse universo transexual, da travesti, da crossdresser”, relata Ribeiro.
Solange Gomes Pereira, atendente comercial, já prestigiou o festival em anos anteriores. Para ela, o Fenata é muito importante e traz inspiração para quem quer seguir carreira de ator e atriz. Há cinco meses ela começou o curso de teatro na cidade. “É muito importante, não somente pra gente assistir o espetáculo, mas pra aprender coisas novas. Eu estou adorando”, fala Solange.
Durante o dia 8, três peças da Mostra Paralela Sesc foram encenadas no Cine Teatro Pax: ‘O velório’, da UATI-UEPG; ‘Cidade dos anjos’, do grupo Letras Cênicas; e ‘Alma de plástico’, do grupo Asterisco Cênico. Após a Mostra Adulta, na categoria Às Dez em Cena, a peça da vez foi ‘Einstein’, do Núcleo Arte Ciência no Palco da Cooperativa Paulista de Teatro, e aconteceu no Auditório da Reitoria do Campus Central da UEPG.
João Guilherme Castro
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