Foto: João LemosNeste sábado (09/11), o Grupo Teatral ApanelA apresentou o espetáculo AnDança da Morte e dUmZé, no calçadão de Ponta Grossa. Na trama, Dona Morte (Ju Marques) tenta levar o malandro Zé (Gabriel Amaral) para o além, enquanto Zé faz de tudo para escapar da Morte. Durante a apresentação, os personagens fazem um jogo de gato e rato, em que Zé utiliza de toda a sua malandragem e suas artimanhas para se esconder da Dona Morte.
Entre muitas piadas de duplo sentido, danças com a morte e diversas interações com o público, as personagens discutem temas como as condições da vida e as condições de trabalho que a maioria das pessoas se encontra. Dona Morte confronta Zé sobre como levou o resto da sua família, a irmã vítima de um relacionamento abusivo, a mãe na fila do posto de saúde, o irmão pequeno para a fome e desnutrição. Em meio ao discurso, Dona Morte conta que é inevitável e certa para todos. Em tempos de guerra e pandemia, ela vira notícia, mas não deixa de ser cotidiana.
Zé foge tanto que Dona Morte se cansa de tentar levá-lo e o deixa em seu lugar. Indignado com o fato de ter que trabalhar para toda a eternidade, Zé desiste e se entrega por bem. “Quer viver para sempre pra quê? Você não vive, só sobrevive”, ressalta Dona Morte.
Em uma literal dança com a morte, Zé se vai em uma lenta valsa na frente do público que passa no calçadão.
João Victor Lemos
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