Por Juliane Goltz
O espetáculo de teatro animação “Uma aventura no mundo dos livros” é uma produção do grupo Dia de Arte e conta a história de uma criança viciada em tecnologia que é transportada a um fantástico mundo dos livros. A apresentação, que aconteceu no palco B do Cine-Teatro-Ópera, integra as atrações do Festival Dia de Arte 10 anos e tem incentivo da Lei Paulo Gustavo.
Dirigida por David Dias e Michella França, a peça “Uma aventura no mundo dos livros” foi estreada em 2016, no início do grupo; porém, após se apresentar em diversos lugares, o projeto foi engavetado para o grupo se dedicar a um novo espetáculo, “Ai! Sumiram os brinquedos”. Michella conta que o cenário, os bonecos e os figurinos tiveram de ser refeitos para a atual apresentação. “A gente não voltou mais com ele após a outra produção, o cenário deu problema e acabamos não refazendo, mas agora nesses dez anos do grupo resolvemos montá-lo novamente”, relata a diretora ao destacar a alegria de rever a peça no palco.
Além da direção, David e Michella atuaram como atores e deram vida aos personagens: David interpretou o menino João, que não se interessava por leitura, e Michella foi a contadora, a estrela cadente e diversos outros personagens de bonecos. David avalia que foi um trabalho bem difícil. “Estando os dois em cena, a gente tem que utilizar a filmagem para ter uma visão externa de como está funcionando tudo, pois como somos um grupo independente muitas vezes não temos uma direção”. Para o espetáculo, eles contaram com a supervisão de direção de Fábio Medeiros, um bonequeiro, professor de Artes Cênicas em Curitiba, que fez algumas oficinas com o grupo sobre a manipulação de bonecos.
Michella destaca que fazer teatro de animação não é fácil. “Eu ainda estou começando, é a minha primeira peça manipulando os bonecos, então eu tenho muito a aprender; mas é divertido, eu estou aprendendo e às vezes me perco entre a atriz e o boneco”, revela.
Um ponto importante no festival foi a audiodescrição da peça a aqueles que precisasem e a interpretação em libras. Os diretores explicam que essa era uma exigência quando se inscreveram na lei Paulo Gustavo, que destina um valor para as atividades e prevê acessibilidade. “Foi a melhor coisa que aconteceu porque agora realmente estamos incluindo as pessoas, estão vindo bastante pessoas surdas e pessoas cegas também, e nós vemos a felicidade deles ao serem incluídos”, aponta Michella.