Com objetivo de disseminar a cultura paranaense, o SESC Paraná promove a 3ª edição do concurso de ilustração “Entre os Caminhos do Paraná”. As inscrições iniciaram no dia 18 de março e seguem até o dia 17 de maio de 2024. Para se inscrever no concurso basta se deslocar ao Sesc Paraná mais próximo ou encaminhar toda a documentação prevista no edital via Correios.
Serão selecionados 90 trabalhos que irão integrar uma coletânea. Os cinco primeiros colocados de cada categoria serão premiados com hospedagem de um fim de semana no Hotel Sesc Caiobá, com direito a um acompanhante. As despesas de deslocamento da cidade do premiado e do acompanhante a Curitiba e, depois, a Matinhos serão custeadas pelo Sesc Paraná. Os demais trabalhos selecionados irão receber troféus de participação e ainda dois exemplares do compilado das obras.
O formulário de inscrição está disponível no site. A divulgação dos resultados será até o dia 01 de outubro de 2024, em edital específico, no site do Sesc Paraná. A cerimônia de entrega da premiação está prevista para o dia 22 de novembro de 2024, conforme Edital de Resultado.
“Olá, e até logo
Sou eu de novo
E eu imploro
Socorro”
Pode chegar com tudo inverno
Tenho aguardado o frio com esmero
Sempre odiei a sensação de aperto
Mas a estação passa, e eu permaneço
O castelo da rua de baixo está em ruínas
O vento áspero congela minha alegria
Amiga? Amiga é a palavra que me domina
O resto são sussurros em ventania
Você gosta tanto de falar
E para explicar, economiza palavras
Quem desapareceu com a sua língua?
E porque também não o fez com a minha?
Passe seu tempo
Com quem entender
Que esse pouco
É seu inteiro
E se o inverno chega
E você vai embora
A resposta que sobra
É à noite afora
Me contate quando precisar guardar os portões
Quando tiver algo bom a acrescentar às minhas canções
Tente me deixar triste e eu transformarei em rima
Mas os que me fazem feliz, eu transformo em poesia
O verão é sinônimo das nossas fantasias
Aquilo que sonho é também parte da conquista
Somos sempre as últimas, antes da descoberta
Nunca antes de ser, eu quis de fato pertencer à elas.
Por Joyce Clara e Maria Cecília Mascarenhas
O evento “World Creativity Day” ocorreu entre os dias 19 e 21 de abril e teve por objetivo comemorar e abrir portas para a inovação e a criatividade. Esse festival, que ocorre há dez anos no mundo todo, em 2024 teve Ponta Grossa como uma das cidades sedes. O evento abrangeu diversos locais culturais do município, tendo no sábado (20) o Sesc Estação Saudade como principal palco para a propagação da criatividade nos Campos Gerais.
A programação se estendeu durante todo o dia e teve como atividades: oficinas de produção de cosméticos, apresentações de cheerleading, da Orquestra Sinfônica da cidade, o “Varal das Mina”, entre outros diversos atrativos.
O objetivo da atividade realizada no SESC Estação Saudade era de integrar diversas culturas presentes na cidade. Eduardo Godoy, diretor artístico do evento, explica sobre a iniciativa. “O grande diferencial do Dia Mundial da Criatividade é esse, unir dois entes que parecem estar separados mas se complementam”. Eduardo ainda observa que a proposta do evento era de aproximar e conectar diversas vertentes da cultura e da arte.
Outra atividade da tarde foi a apresentação da Liga das Baterias Universitárias de Ponta Grossa. A organização do evento entrou em contato e o grupo passou a se preparar com ensaios à noite, utilizando também alguns toques de outras apresentações em conjunto que realizaram, como no Carnaval.
Lucas Ávila, que estava como mestre da bateria, relata que a apresentação foi muito importante para seu desenvolvimento pessoal, por estar à frente dos ritmistas, enfrentando receios de estar diante de muitas pessoas e falar no microfone. Além disso, ele destaca uma interação com o público. “Após a apresentação, uma senhora do Rio de Janeiro, que possuía contato com o Carnaval e os instrumentos utilizados, parabenizou o empenho de todos”.
Gargalhar para desestressar
Como encerramento do Dia da Criatividade, Lourenildo Leite Macedo, o Palhaço Loro, apresentou o espetáculo “Gargalhar para desestressar”. A apresentação contou com muita interação com o público e uma mensagem sobre como lidar com os estresses do dia a dia. “Gostei muito da recepção do público, houve trocas muito genuínas, isso me deixou muito feliz” , relata Lourenildo.
Sobre o espetáculo, Lourenildo conta que “surgiu de uma demanda, me pediram para fazer uma palestra sobre estresse, e eu surgi com a ideia de fazer de palhaço”. A primeira versão é de 2017, mas desde então ele vem trabalhando com a apresentação. “Além de atingir todos os públicos, de empresa, de fora, eu sempre digo que é uma apresentação para a família”.
Lourenildo é técnico em segurança do trabalho e tem como propósito informar através do lúdico. Ele também participa do Doutores Palhaços SOS Alegria.
Grupos, conjuntos e bandas interessadas em participar do Projeto Sexta às Seis 2024 podem realizar as inscrições até 2 de maio, pelo site da Secretaria de Cultura. Este ano serão selecionadas 20 bandas, com o valor de R$3.500,00 para cada. O edital é para músicos residentes em Ponta Grossa há, no mínimo, seis meses. A divulgação do calendário de apresentações está prevista para 07 de junho.
A cidade de Palmeira comemorou 205 anos de história no último domingo (07). Para celebrar o aniversário da cidade, ocorreu o tradicional desfile cívico-militar que contou com a participação de 25 escolas do município.
O desfile relembra a história e cultura da cidade e apresenta a trajetória das escolas por meio da participação dos professores e estudantes que fazem parte das instituições. A diretora da Escola Municipal do Campo de Colônia Maciel, Ana Paula Brunosky, ressalta a importância das escolas no desfile. “A participação envolve toda a comunidade escolar, não só da localidade onde a escola está inserida, mas toda a população”, diz Ana. A diretora afirma que as famílias, além de trazerem os alunos para participar do desfile, acabam por assistir e conhecer a realidade das outras instituições.
A história de Palmeira é muito mais extensa que 205 anos. Em 07 de abril de 1819 as terras que deram início à cidade foram doadas pelo Tenente Manuel José de Araújo. O município cresceu e se desenvolveu, mas hoje ainda conserva os traços de seu passado tropeiro em residências, igrejas e construções.
O evento contou com a presença de 39 instituições entre representantes dos poderes Executivo e Legislativo, representantes militares e estabelecimentos de ensino. Os hinos do Brasil e de Palmeira foram executados pela Orquestra Municipal.
Me ver? Em um minuto?
Que minutos?
Meu dia não tem minutos
Somente incontáveis horas
Inacabáveis
Os caminhos são os mesmos
A felicidade é a algumas quadras a frente
E se eu fugir à responsabilidade
De repente?
Monossilábica
Eu gosto de nomes pequeninhos
Estranho no ninho?
Estranho é você que não me conhecia e achava que descobriria sozinho
Um último suspiro
O último beijo
De você, fiquei com a vontade e o cheiro
E os diminutos frutos
Soninhos
Pequenas mortes
À caminho
O passado encontra aquilo que meu futuro jamais poderá aguardar
As respostas para tudo que já sei, portanto não cabe me ensinar
Do murro na parede
Aos gostos e devaneios
Me ensinaram a ser verde
Por quem não é por inteiro
E pelo tempo que passa
E por quem é demais
Ou me perco em graça
Ou tento voltar atrás.
Por Maria Cecília Mascarenhas, Yasmin Justiniano Aguilera, Marina Ranzani
Na última quarta-feira (03), os docentes e discentes do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizaram em seu departamento, a inauguração de uma homenagem ao jornalista Helcio Kovaleski, falecido em 2023.
Kovaleski era jornalista, roteirista e dramaturgo e deixou muitas marcas nos cenários culturais de Ponta Grossa, Curitiba e São Paulo, cidades nas quais ele transitava pelo meios artísticos. Para a cultura ponta-grossense, Kovaleski deixou ensinamentos, a contribuição na construção de políticas públicas, obras do meio audiovisual e um livro denominado “Festival Crítico: Uma Década Escrevendo Sobre o Fenata”
No curso de Jornalismo da UEPG, Kovaleski era um aluno de destaque, com a bagagem dos cursos de Filosofia e Artes Cênicas que já havia concluído. Ele era estudante, mas também agregava muito ao conhecimento dos professores e acadêmicos do curso. “O papel do Hélcio aqui no curso é um papel formador, eu particularmente não teria virado professor se não tivesse convivido com ele durante a graduação”, disse o docente Rafael Schoenherr.
Beatriz Ferreira Kovaleski, filha de Helcio, comenta ter sido importante a homenagem realizada ao seu pai, com a inauguração de um espaço de memória trazendo parte de seu trabalho. “Meu pai foi uma figura importante no cenário da cidade, ele trabalhou no conselho, realizou muitos projetos importante”.
A exposição foi realizada em prol de expor ao público os trabalhos de Kovaleski com ajuda de um projeto colaborativo, contando com amigos, colegas e familiares. Uma das vertentes será o “Espaço Leitores”, baseado na biblioteca de livros que inspiraram o jornalista, e artigos e blogs no qual ele publicou. Uma das ideias propostas ao futuro é a criação de um site na forma de uma “árvore de links” com fotos, vídeos, pesquisas e trabalhos realizados antes mesmo da criação da internet. O destaque dessa atitude também é o incentivo aos estudantes e a rememoração aos que já tiveram contato com essa figura tão importante para Ponta Grossa e região.
Por: Fernanda Matos
No dia 24 de março, os artesãos ponta-grossenses se reuniram para a primeira exposição na Feira Pop, que deve acontecer todos os domingos na rua Benjamin Constant, das 9 às 13 horas. Produtos como pinturas em quadros, artesanatos, roupas, bolsas, acessórios, artigos religiosos, plantas, entre outras variedades estavam disponíveis para venda no local. A feira conta com mais de 90 artesãos e tem como objetivo valorizar a economia criativa.
Os expositores também usam as redes sociais para vender e divulgar o que produzem, entretanto, para eles a feira é uma oportunidade de ter um contato mais direto com o público. Para Lucirene de Oliveira Gonçalves, que levou pinturas em quadros, nas redes sociais a atenção do público costuma ser reduzida, mas na feira as pessoas podem tocar nas artes e sentir mais interesse em adquirir.
A empreendedora Eliane Richards levou à exposição itens como aromatizantes, sabonetes artesanais e velas aromáticas. Para ela, as pessoas buscam programações diferentes aos domingos e a Feira Pop se torna uma opção. “O cliente usa a feira como uma oportunidade de reunir a família num ponto diferente da cidade e que tem várias opções para comprar e visitar”, pontua Eliane.
Para os artesãos que desejam participar da feira e expor os produtos nos próximos domingos, as inscrições seguem abertas no site da Secretaria Municipal de Cultura.
A Encenação da Paixão de Cristo aconteceu mais uma vez em Palmeira na Sexta-Feira Santa (29) e contou com talentos locais e participação de atores de outras cidades do Paraná como Maringá e Curitiba.
Márcia Regina Wansovicz, que participou desde o começo dos ensaios, ressalta o trabalho em equipe. “Tem todo um movimento desde o figurino e cenário para ficar em harmonia até a apresentação”. Márcia ressalta ainda que os ensaios aconteciam com parte do elenco devido à disponibilidade dos atores e o ensaio com a maioria dos atores foi realizado na quinta-feira (28). Durante a última semana antes da apresentação, a equipe de produção se reuniu para montar o cenário.
A história da Paixão de Cristo movimentou um elenco de mais de 50 pessoas. “É uma emoção do primeiro ao último espetáculo; através da cena o público pode se sentir vivenciando o momento de amor que a Paixão revela”, diz Márcia.
Ao final, o prefeito Sérgio Luis Belich agradeceu ao elenco. “É excepcional a equipe de artistas palmeirenses que temos aqui, foi um prazer aplaudir todos os artistas que fizeram o espetáculo acontecer”.
O evento foi realizado pela Cia de Teatro Impacto em Cena por meio da Prefeitura Municipal, Secretaria de Meio Ambiente, Cultura, Turismo e Comunicação, com o apoio do Supermercado Franco e da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Palmeira.
Segundo Igor Moreira, diretor da Cia de Palmeira, o evento contou com público de mais de 3.000 mil pessoas. A Encenação aconteceu no estacionamento do Supermercado Franco às 20h, com entrada gratuita.
Por Victor Schinato e Naiomi Mainardes
No dia 24 de março, a Companhia de Comédia Os Melhores do Mundo, sediada no Rio de Janeiro, trouxe o espetáculo “Hermanoteu na Terra de Godah” ao palco do Teatro Marista. A peça, uma grande paródia das produções feitas sobre o Velho Testamento da bíblia, se destaca pelo humor escrachado, junto com piadas regionais adaptadas a cada localidade onde os atores se apresentam.
Hermanoteu, um hebreu nascido na fictícia Pentescopéia, recebe a missão de guiar seu povo à mítica Terra de Godah. Abandonando sua irmã, Micalatéia (uma piada recorrente da peça), e família, o homem precisa peregrinar por dezenas de anos em jejum perpétuo. No entanto, diferente dos personagens bíblicos, o hebreu não aceita seus deveres e reclama diversas vezes de fome e sede. A partir dessa pequena rebeldia, e um azar inato, Hermanoteu sofre diversos percalços em sua jornada, como se tornar um senador romano, confidenciar com Cleópatra e trocar os cálices da ceia de Jesus.
A premissa, que dá abertura a diversas tiradas cômicas que arrancam o riso do público, se adapta a cada cidade em que passa. Ao citar, por exemplo, Carambeí, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, Castro e a situação política da cidade, os atores conseguem criar uma química ímpar com a plateia. Além da interação divertida com quem assiste, a intimidade entre os atores aparece enquanto brincam com improvisos e fantasias ao longo da narrativa.
Porém, mesmo com um timing cômico admirável ao longo de boa parte da peça, em diferentes momentos o humor reproduz preconceitos estruturais, sejam eles antissemitismo, com a caricatura de um judeu obcecado por dinheiro; homofobia, especialmente nas cenas que se passam no Império Romano; ou misoginia. A figura de Micalatéia, por exemplo, surge na história somente para ser objetificada pela maioria dos personagens masculinos, sendo um assunto tratado de forma humorística ao decorrer de toda a narrativa. Portanto, apesar de ser uma peça que respeita o roteiro original ao longo de três décadas, a adaptação em relação à época e às discussões acerca de preconceitos criados seria necessária.
Jovane Nunes, ator de alguns personagens da narrativa, como César e a Anciã, revela que a peça consegue adaptar cerca de 30 piadas com citações em contexto local como forma de surpreender e aproximar o público, sendo também uma forma de mudar um pouco o roteiro que já é conhecido pelos espectadores que acompanharam a história fora dos teatros. “Todo mundo que assiste a peça na internet não sabe que as piadas vão ser adaptadas para a cidade, o que torna cada encenação um momento único e especial”, conta. Jovane também compartilha de sua experiência como ator de uma peça como Hermanoteu, que é encenada há muito tempo pelo mesmo elenco, complementando que os atores têm liberdade para fazer brincadeiras internas que são integradas aos palcos, com improvisações que provocam risos até de quem está em cima do palco. Alguns improvisos são tão bem sucedidos que viram uma marca e acabam sendo reencenados em outras apresentações.
O espetáculo, assim como a companhia de teatro, completa 30 anos em 2025. Comemorando a data, Adriano Siri, intérprete do Anjo, revela uma programação especial em produção: uma série de apresentações para serem lançadas durante o próximo ano, juntamente com a encenação de uma nova peça do grupo.
A Companhia de Comédia Os Melhores do Mundo se formou em 1995, após o grupo A Culpa É da Mãe ser desfeito. Então, os atores do antigo grupo, com a adição de outros três artistas, criaram a Melhores do Mundo e escreveram Hermanoteu.