Por Nadine Sansana
A entrevista com o radialista Aldo Mikaelli foi realizada, em 2005, pelo então estudante de graduação em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), João Quacquio, como parte do seu trabalho de conclusão de curso.
Em 2006, Aldo Mikaelli escreveu o livro História do rádio AM de Ponta Grossa, documento que traz mais detalhes sobre a memória radiofônica da cidade. Ele começou a fazer plantão esportivo na Rádio Clube Pontagrossense entre 1959-1960. Mikaelli faleceu em 12 de março de 2018.
Como iniciou sua carreira no rádio?
Na época [final da década de 1950 e início da década de 1960], comecei a trabalhar como caixa no Banco Mercantil de São Paulo. Apareceram umas duplicatas da Rádio Sant’Ana e eu mandava chamar alguém da emissora. Daí, aparecia um dos diretores, o Iraci Tranvisani Rosa. E eu lhe perguntei que rádio era essa. Ele me respondeu que era uma rádio que estava inaugurando em Ponta Grossa. E eu comentei que queria fazer um teste na rádio. Fui aprovado nesse teste, pois já tinha uma experiência na Rádio Clube Pontagrossense e na Rede de Alto-falantes Campos Gerais. Essa rede foi a Escola de Locutores de Ponta Grossa. 99% dos locutores começaram lá. Ela tinha os estúdios na avenida Vicente Machado e tinha as cornetas da avenida, da Praça João Pessoa, ali na Estação Saudade de Ponta Grossa [antigo complexo ferroviário, construído no fim do século XIX no centro da cidade. Tombado, em 1990, como patrimônio histórico do Paraná], e essas cornetas, dependendo do vento, levavam o som até Olarias. Havia 12 alto-falantes, 12 cornetas espalhadas. Esse sistema começou por volta de 1942, com Carlos Buch. Ali, eu comecei a fazer o Falando Alto sobre Esporte e comecei a fazer o Rosas de Tango, aos domingos à noite, patrocinado pela Casas Sauer Alfaiataria Pacheco. Tudo isso nos idos de 1959, 1960, quando comecei a adquirir experiência. Aí fui participar da fase pré-inaugural da Sant’Ana.
Como eram os programas radiofônicos no início da sua carreira?
O Rosas de Tango era um programa em que eu recebia muitas cartas. Começava com o som das turbinas de um avião decolando rumo a Argentina e eu falava: ‘Alô, senhores passageiros com destino às terras do tango, queiram ocupar os seus lugares porque a nossa aeronave decolará dentro de instantes… Já em solo portenho, nós tomamos o nosso táxi ao centro da cidade: “Táxi, por favor, ao centro da capital. Rrrrrrrr…” Entrava o carro. E aí, eu desenvolvia o programa: tinha as cartas, ia atendendo muitas mulheres que escreviam, os homens pouco escreviam, mas as mulheres escreviam bastante. Dava uma hora de programa, uns oito tangos por programa. E eu tinha uma certa facilidade pra ler as poesias dentro do programa. Eu lia as homenagens, aniversários dos ouvintes, enfim… o que pintava, né? Na Rádio Sant’Ana eu lancei o Retalhos de Serenata, um programa às segundas, quartas e sextas, e o Rosas de Tango também era nas segundas, quartas e sextas. Tinha os programas da Sant’Ana que eu posso citar: Nossa discoteca às suas ordens, que era um programa muito solicitado, porque começou com os pedidos musicais, que a rádio atendia na hora, no momento. A discotecária estava lá, a pessoa pedia a música, a discotecária selecionava e já entregava. Aí começou então essa agilidade no atendimento ao ouvinte. Tinha o Postal de Melodias, que o Ilson Rosa recebia muita correspondência. Acerte e ganhe o disco, que a gente fazia também. Você é quem faz o programa, esse programa tinha tanta carta que você tinha que entrar na fila. As pessoas esperavam até um mês, já que esse programa atendia muita gente. Tinha um programa sobre o cinema: Falando sobre cinema. Esse programa dava a cotação dos filmes, a nota, a censura, o elenco.
Sente saudades da época em que começou a trabalhar no rádio?
Naquela época, o rádio era muito valorizado. Você andava na rua e as pessoas te reconheciam: “Olha lá, o Aldo, aquele é o Barros Júnior, aquele ali é o Frederico”. Hoje em dia, qualquer pé-de-chinelo está fazendo rádio. Eu vejo lá na Rádio Central, um cara que nunca pisou num estúdio, está lá fazendo programa. Não se tem hoje um padrão de voz, um padrão de qualidade, como, por exemplo, mantém hoje a Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, a Rádio Guaíba, elas mantêm uma qualidade de locutores, um padrão de voz, que eles procuram fazer tudo igual às vozes. Aqui não. Aqui qualquer um é locutor. Então, essa época era mais gostosa. Eram mais difíceis as coisas. Os gravadores eram grandes, tinha que carregar os gravadores. Hoje, tem essas ‘coisinhas’ que é tecnologia. Antigamente você tinha que pedir licença pra rádio dizendo: “Olha, eu vou fazer a inauguração da João Vargas de Oliveira e preciso de um gravador”. Então tinha que pedir permissão, porque só tinha um aparelho na rádio.
Qual é a sua inspiração para fazer os programas?
Eu comecei sempre ouvindo a Rádio Nacional do Rio. E ali tinha programas memoráveis: Gente que brilha, programa do Manuel Barcelos, do César de Alencar, do Paulo Gracindo. Eu nunca saí desse padrão de serestas, de música antiga, tango. Ainda hoje eu toco um tango no meu programa. Esses dias uma senhora ligou e disse: “Puxa, o senhor não toca mais tango?”, e respondi: “Toco. Então, vai um tango aí”. Eu sempre estou tocando tango.
Poderia contar, brevemente, sobre a história da Rádio Sant’Ana?
A Rádio Sant’Ana foi inaugurada no dia 10 de maio de 1962. Era um sábado chuvoso. A torre ficava no Jardim América. Lá foi realizada a benção dos transmissores. Estavam lá o professor de desenho, Nilo Gasparetto, o padre Paulo Xavier Machado, que era o diretor, o Mesomo, que era um dos diretores do Expresso Princesa dos Campos, o dom Geraldo Pelanda, que era o diretor-presidente da rádio, o Luis Fernando Ferderger e o dom Antônio Mazzarotto, bispo, o deputado Éder Macedo e o Clemente Vieder, que era gerente da loja Hermes Macedo (HM). Na programação do primeiro aniversário da emissora, em 1963, eu fiz o Reino de Strauss, o História do folclore, o Retrato musical do Brasil. Esse dia começou às 6 da manhã e foi até as 8 e meia. Desse horário passava a transmitir do Cine Ópera. Todo ano a rádio fazia um show monumental de aniversário. As outras rádios nunca fizeram isso. Trazia Miltinho, Edith Veiga, Moacir Franco, Agnaldo Raiol. Aldo ainda mostra outras imagens de seu álbum. Outros artistas que vieram a Ponta Grossa: Os Demônios da Garoa. Quando esses artistas se apresentavam na cidade, o Ópera sempre lotava, com autoridades, prefeito, todo mundo apoiando, né? Nenhuma rádio fazia isso aí. Só a Sant’Ana fazia essa festa, porque eles tinham poder, era o clero, né? E todo o comércio investindo maciçamente, porque era uma rádio que mantinha a liderança de todas elas. De 1962 a 1966, ela foi líder absoluta. Depois desse período, eu já me desliguei da emissora, fui pra Rádio Difusora. E a Sant’Ana se mudou, pois estava instalada no Colégio São Luiz, provisoriamente, durante cinco anos. Em 1967, ela passou a possuir sede própria, ali na praça Marechal Floriano Peixoto, onde ela está hoje. E ali a equipe se renovou, outras pessoas entravam, outros locutores. Daí, passei a viajar. Trabalhei durante dez anos num laboratório de medicamento, e precisava viajar pelo Paraná todo. Daí, comecei a fazer rádio esporadicamente, nos fins de semana.
A Sant’Ana foi uma emissora que apareceu totalmente diferente das demais. Com isso, ela alcançou uma audiência impressionante. Foi a fase de ouro da Sant’Ana: de 1962 até 1966. Ela dominou completamente todas as emissoras daqui, porque ela tinha uma programação diferenciada, muito boa, e tinha também uma qualidade de som, com os equipamentos todos novos – os transmissores eram Telefunken –,então dava aqueles baixos das músicas. Era gostoso de se ouvir. Todos os anos a Rádio Sant’Ana fazia os shows de aniversário no Cine-Teatro Ópera e quem vinha animar esses aniversários era o Mário Vendramel, de Curitiba, da Rádio Clube Paranaense e eu fazia os comerciais.
Como funcionava a Rádio Clube?
A Clube tinha um auditório que dava inveja a qualquer emissora de rádio do Brasil. Era tudo com cortina de veludo. A emissora tinha dez filiais, que formavam a Rede Paranaense de Emissoras. Antigamente, as notícias eram captadas por telégrafo. A emissora tinha um departamento de notícias. Hoje, não. Os caras pegam o jornal, que eu tenho visto muito por aí, e leem todas as notícias. Isso é uma falta de respeito. Ou então pegam notícias do computador. A Rádio Central faz isso também. Antes, era mais difícil dar uma notícia. Às vezes, ela chegava com um dia de atraso, mas mesmo assim as emissoras transmitiam, considerando aquilo que era importante.
Como era realizada a cobertura esportiva?
Quase todo locutor começava fazendo plantão esportivo. E comigo não foi diferente. Eu comecei na Rádio Clube Pontagrossense, em 1960, juntamente com João Gualberto Gaspar. Eu começava aos domingos e faziao apanhado dos resultados. Ficava a tarde inteira na Rádio Clube acompanhando os resultados: Campeonato Português, Campeonato Francês, Campeonato Paranaense, Paulista e assim por diante. Às 19 horas, nós sentávamos em frente aos microfones da Clube e fazíamos o Pinga-fogo, mostrando todos os resultados desses campeonatos. Ficávamos a tarde inteira acompanhando tudo e apresentávamos a Grande resenha esportiva PRJ 2. Os resultados eram aguardados com muita ansiedade pela população masculina, que gostava de futebol. Era ali que todo mundo se baseava, porque não tinha televisão. Na segunda-feira, também tínhamos um programa às 6 e meia, o Antarctica nos esportes, onde tinha o comentário muito aguardado do Barros Júnior. Esse comentário chamava-se Deixa que eu chuto, doa a quem doer. Ele fazia seus comentários, criticando – críticas construtivas ou elogiando também – dirigentes, jogadores, enfim, tudo que dizia respeito ao futebol.
Havia o basquete também, com sua fase de ouro em Ponta Grossa, com Mair, Almir, Monta, Chaia. Esses times que vinham de fora: São Paulo, Campinas, jogavam basquete aqui e a Rádio Clube era a única a fazer as transmissões, com Barros Júnior, Roberto Busato, que em 2005 era o presidente nacional da OAB, tinha o deputado Edmar Luis Costa, falecido, que também transmitia basquete e futebol.
No basquete destacava-se a dupla Mair e Almir, o primeiro mora em Ponta Grossa, o segundo, foi supervisor do Corinthians, do Fluminense, do Coritiba, é lembrado in memorian.
Como funcionava a cobertura no futebol?
Ponta Grossa começou a profissionalização do futebol em 1955. Até então só existia o futebol amador, com Operário, Guarany, Palmeira, Cruzeiro, América, Cerâmica 12 de Outubro, Blue Star, Mariano, São José. Com a vinda do futebol profissional, despontaram Operário e Guarany. O futebol amador tornou-se um futebol à parte. Em Telêmaco Borba, tinha o Cama – Clube Atlético Monte Alegrense.
O público comparecia em peso ao estádio. Quando o Operário ganhava havia desfiles com tocha à noite. Se o Guarany ganhasse havia desfile de carros, com foguetório. O povo vibrava realmente com o Operário x Guarany, era o tradicional “Opegua”. O Operário sempre liderava, até porque sempre tinha um bom esquadrão.
No estádio havia uma acanhada cabine de rádio, onde cabia umas duas ou três emissoras, embora somente a Clube transmitisse as partidas. Depois a Rádio Central, fundada em 1º de maio de 1959, também passou a transmitir futebol, com Luis Fernando Ferderger, Dácio de Souza. Mas quem manteve mesmo o futebol na Princesa foi a Rádio Clube, com Barros Júnior e seus repórteres de campo, o José Elve Berger. O Roberto Busato começava, o Edmar Luis Costa e Mário Lazarotto de Oliveira eram comentaristas. O futebol se desenvolvia de uma maneira gostosa naquela época, porque não havia televisão. O rádio absorvia todo o público.
Quem foi Barros Júnior?
Barros Júnior chegou em Ponta Grossa em 1942 e ele começou a trabalhar como profissional em rádio em 1947. Ele foi trazido pelas mãos de um grande esportista, o Borel du Vernay, temos até um ginásio em homenagem a ele. Trouxeram o Barros de Catanduvas, lugar onde nasceu. De lá, ele foi guindado a São Paulo, onde aprendeu rádio e veio a Ponta Grossa para jogar basquete. Mas ele começou na Rádio Clube Pontagrossense e começou a se destacar, sendo diretor durante 40 anos. Meia vida ele deu à Rádio Clube Pontagrossensse. Foi um homem muito capaz. Ele fazia comentários políticos, esportivos, programas de auditório. Ele abrangia todos os esquemas da rádio. Depois foi para o Canal 4, fazer comentários de futebol, lá em Curitiba, porque a Rádio Clube teve o problema da transição de venda. Daí, ele trabalhou um pouco na Difusora, na Vila Velha, que naquela época era do Pedro Wosgrau Filho, e aí ele foi guindado à capital do estado. Ele começou a trabalhar como comentarista na TV Iguaçu, no Canal 4. Ele é considerado por todos um mestre no rádio. Ele era respeitado. Ele conquistava patrocínios, por exemplo, o da Cia. Antarctica, durante 25 Anos, ininterruptamente, sem quebrar esse contrato. Teve também a Hermes Macedo que patrocinava o Grande Jornal Falado HM, durante 20, 30 anos, sem quebrar o contrato. Então, Barros Júnior sempre foi um líder.
Quais nomes também são considerados ícones do rádio?
Normando Ferreira Lopes foi considerado o maior animador de programas de auditório. Tínhamos também o Raul Zanoni, que tinha uma voz bonita e poderosa. Ele acabou indo para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio Tamoyo durante muitos anos.
Tínhamos o Luis Frederico Daistchmann, conhecido como Nhô Fidêncio. Ele também foi uma lenda no rádio.
Brasil Borba, que trabalhou em Florianópolis, na Rádio Guarujá, na Rádio Clube Paranaense, a B2, e também fez história aqui em Ponta Grossa.
O Nhô Fidêncio usava um badalo que abria o cinzeiro. Ele abria o programa badalando e gritando: “Olha a hora, olha a hora, vamo acorda” (sic). Acordava todo mundo com um programa alegre, sertanejo. Ele tinha um linguajar próprio do sertanejo, mesmo não sendo sertanejo, mas ele já tinha o linguajar próprio para o programa dele. Nasceu em Curitiba, começou a trabalhar em Paranaguá, numa afiliada da Rádio Clube Pontagrossense, daí ele foi para São Paulo, trabalhar na Rádio Panamericana, na Rádio São Paulo. E daí ele acabou voltando aqui pra “terra” e trabalhou aí nas emissoras: Rádio Clube, Central e, quando ele faleceu, trabalhava na Rádio Sant’Ana, fazendo o programa Alô, amigos.
Qual sua opinião sobre o rádio após o surgimento das primeiras emissoras de TV?
Até o surgimento da televisão, o rádio foi unânime. Todo mundo ouvia o rádio: em casa, no carro, no bar, onde estivesse, se tivesse carpindo, na chácara, na fazenda, era o rádio. Com o advento da televisão, ele perdeu um pouco da sua força, de seu espaço. Eu fiz televisão e sentia, na rua, os comentários, as indagações que a gente ouvia sobre a televisão.
O rádio, na sua época, era, realmente, o maior elo de comunicação. O radialista era muito respeitado. Na rua, todo mundo sabia que você era homem do rádio.
Hoje você vê que esses programas do Faustão, essas coisas, tudo é auditório, cópias dos programas do rádio. E o rádio perdeu espaço para a televisão, porque a TV é imagem e som.
Qual a diferença entre o rádio de hoje, 2005, para o rádio de quando iniciou sua carreira?
Antigamente os programas de rádio recebiam centenas de cartas. Hoje ninguém mais escreve. Ninguém quer escrever cartas mais. Hoje é o telefone. A participação do ouvinte no rádio se dá pelo telefone. “Ah, eu queria música tal”. Aí o locutor já joga a pessoa no ar, bate um papo. Então, esse costume de escrever se perdeu no espaço e no tempo. Porque antigamente, você ia ao colégio e fazia caligrafia. Hoje não tem mais caligrafia. Hoje a gente abrevia para escrever. Hoje ninguém quer escrever mais. Hoje é tudo na base do computador. Todo mundo digita ali e não escreve mais. Tanto assim que você escreve com letra feia, olha aí… Você escreve pouco. Hoje, para você receber cartas, você tem que jogar um teste no ar e dar um prêmio bom em dinheiro e pedir para as pessoas escreverem. Mesmo assim, o rádio ainda possui público. Eu, por exemplo, tenho o meu público, público adulto, público de pessoas maduras, pessoas que viveram a época boa de 1940, 1950. Viveram a época boa do bolero, do tango. Eu tenho essa classe de ouvintes comigo. Embora, hoje tenha caído tudo para o sertanejo. Hoje, o povo quer sertanejo. No meu programa eu tenho um instante sertanejo, que é uma música sertaneja em três horas de programa. Senão é música popular brasileira, relembrando cantores como Francisco Alves, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Eliseth Cardoso, Silvio Caldas, Carlos Galhardo. Eu sei fazer isso aí… Então eu faço com gosto, porque não adianta fazer música sertaneja se eu não sei fazer.
Memórias da mídia regional
A série de entrevistas com profissionais que atuaram e atuam no rádio pontagrossense é fruto do trabalho da estudante Nadine Sansana, orientada pelo professor Sérgio Gadini, pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Ponta Grossa, vigente entre os anos de 2018 e 2019. Sob o título Memórias de vida e trabalho na mídia regional dos Campos Gerais do Paraná, o projeto contribui com o acervo memorialístico radiofônico da cidade, tendo em vista a ausência de arquivos, registros e documentos sobre a história do rádio em Ponta Grossa.