Por Cultura Plural
Vozes, cantoria, abraços e sons desconexos. Mãos se apertando, cumprimentos, preces, correria e concentração. Olhares atentos ao espelho do camarim, verificação de figurino, afinação de instrumentos. Atenção, tensão e emoção.
O clima nos bastidores do 25º Festival Universitário da Canção não poderia ser diferente. Participantes em estado de espera e ansiedade repassam as músicas e fazem as alterações possíveis no pouco tempo que antecede a apresentação. Alguns conversam, outros silenciam e a maioria canta como era de se esperar.
Segundo o músico Cícero Gonçalves, cada bastidor tem suas características ainda que as sensações se repitam. “É muito gostoso, sempre tem aquela adrenalinazinha para dar um gás”, afirma. Cícero, que está no ramo musical há mais de 20 anos, explica que o nervosismo não passa com o tempo e faz parte de toda pré-apresentação. “Se não der o frio na barriga, alguma coisa está errada. Se não você relaxa e acaba não fazendo direito, o frio na barriga é o detalhe”.
Ronaldo Gravino, participante da etapa nacional, conta que nos bastidores se afina ainda mais a sintonia entre os cantores, mas confessa que a ansiedade pesa antes do show. “Eu gosto de estar no palco, esperar, estar nos bastidores não é comigo não”, brinca. Mari Tenório, cantora, compositora e parceira musical de Gravino há três anos, tem outras preocupações nos backstages dos eventos. “Meu medo é esquecer a letra”, conta. Segundo a cantora “os momentos antes da apresentação deixam uma sensação estranha, quando se está no palco parece que some tudo, é um alívio”, conclui.
integrante do quarteto Boca de Fogo, Black Marques, descreve as manias do grupo. “Costumamos repassar a música para ver se está tudo ‘redondinho’ e aproveitamos para aquecer a voz também. A nossa oraçãozinha não pode faltar”. O músico afirma que a preparação inicial é típica de qualquer cantor e ressalta: “o dia que o frio na barriga parar, a gente para, porque isso é o que dá animação, adrenalina”, finaliza.
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Reportagem de: Hellen Bizerra