Sobra tanta falta,
na fila do pão, no tráfego, na rotina;
ilustrações da nossa incapacidade,
do medo que domina,
do domingo que suprime.
Sobram ilusões,
do tempo, da importância, das certezas;
cada filme diário
envolto em um papel de mentiras.
Sobra o endurecimento,
da rotina, dos problemas, do coração;
mesmo que na boca
as frustrações não amarguem,
você é de fogo e se queima.
Sobra saudade,
do passado, das pessoas, de si;
desde que os olhos abrem
começamos a perder, começamos a morrer.
Sobram pensamentos,
do futuro, das teorias, da morte;
eu começo a manhã
querendo ser melhor, tentando ser mais,
isso não decide a minha sorte,
sem saber se na sorte
a sorte há.
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Rodolfo Martins Kravutschke
Rodolfo Martins Kravutschke: 28 anos, médico, trabalha na UBS do BNH, em Telêmaco Borba. Amante da literatura brasileira e mundial, além de um aficionado pela poesia, seja ela métrica ou livre. Apaixonado pela Letícia, torcedor do Palmeiras, gosta de jogar futebol, gosta de tocar violão, adora analisar os pequenos detalhes das coisas e amante das minúcias da vida
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